quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Mau-dição

Vou em sua busca mais uma vez, você não está em parte alguma, evaporou, nem mais amigo, nem mais amante.

Entro na madrugada. Você deve estar em alguma parte onde toca uma canção. Não houve a nossa canção mas hoje ela toca e eu pareço louca atrás de algo que não existe.

Vou em busca daquele velho beijo, o nosso cheiro. Te mando mais uma carta. Você responde e eu acredito em tudo mais uma vez.

Você está na minha frente. Te beijo, te toco, ainda não acredito.

O nosso velho beijo. Que amor eu sinto e como estúpida me sinto de novo sendo só sua.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nós resistimos

Nós resistimos. Através da internet estamos ligados pelos nossos sonhos e satélites. Nós resistimos na folha em branco, nas páginas dos programas, nos bate-papos, na tela plana na qual lançamos nossa profundidade. Nós resistimos no apito dos arquivos que saltam de tela em tela, nosso conteúdo comprimido, nossa paixão, nosso anseio e saudade, tudo comprimido, para caber no container das transferências à distâncias.

Nós resistimos, nossa luta, nossa convicção, nossa lembrança, resiste no carregamento das fotos, na sessão de slide, no correio eletrônico. Nós resisistimos com alma sozinha tracejando letras, traquejos e expressões, trocando carícia virtual, não temos medo da inflexão do verbo.

Metamorfoseamos em wmv, mp3, docx, jpg, mpg, vob, avi. Resistimos na clausura das pastas, no limite da nossa imagem e do nosso som. Existimos onde não estamos, buraco vazio na cadeira do escritório. Somos tudo em monitores.